terça-feira, 28 de julho de 2009
Grávida
Grávida
Per verso
A distância entre a economia e a poesia é um pequeno espaço.
Um lugar.
Um vazio.
Uma pausa.
Um suspiro.
Que não existe.
Ainda.
Per verso
A distância entre a economia e a poesia é um pequeno espaço.
Um lugar.
Um vazio.
Uma pausa.
Um suspiro.
Que não existe.
Ainda.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
vi
.
vi
.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
No Reino do Isso
nada mais
No Reino do Isso
nada mais
terça-feira, 21 de julho de 2009
Hera
“Se o corpo do eleito é para a minha fantasia um arquipélago de focos de excitação do meu desejo e o suporte vivo das minhas imagens, o que sou eu, eu e meu corpo, para a fantasia dele? Justamente, a metáfora da hera é muito evocadora, pois a hera é uma planta que não só rasteja e sobe, mas engancha as suas hastes em lugares bem específicos da pedra, nas rachaduras e nas fendas. Do mesmo modo, o meu apego ao outro eleito que se tornou meu objeto fantasiado, é uma sutura que não pega em qualquer lugar, mas muito exatamente nos orifícios erógenos do corpo, ali onde ele próprio irradia o seu desejo e me excita, sem com isso conseguir me satisfazer. E, reciprocamente, é no meu corpo, nos pontos de emissão do meu próprio desejo, que a fantasia dele se fixará.
(...)
Se considero o eleito insubstituível, é porque meu desejo se modelou progressivamente pelas sinuosidades do fluxo vibrante do seu próprio desejo. Ele é considerado insubstituível porque ninguém mais poderia acompanhar tão finamente o ritmo do meu desejo. Como se o eleito fosse antes de tudo um corpo, que pouco a pouco se aproxima, se posiciona e se ajusta aos batimentos do meu ritmo. Como se as pulsações da sua sensibilidade dançassem na mesma cadência que as minhas próprias pulsações, e os nossos corpos se excitassem mutuamente. Assim a cadência do meu desejo se harmoniza com a minha própria cadência, e cada uma das variações da sua tensão responde em eco a cada uma das minhas. Algumas vezes, o encontro é suave e progressivo; outras, violento e imediato. Entretanto, se é verdade que as trocas erógenas podem ser harmoniosas, as satisfações resultantes continuam sendo para cada um dos parceiros satisfações sempre singulares, parciais e discordantes. Nossas trocas se afinam, mas nossas satisfações desafinam”.
(Juan David Nasio in A Dor de Amar, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 58/59, 62/63)
Hera
“Se o corpo do eleito é para a minha fantasia um arquipélago de focos de excitação do meu desejo e o suporte vivo das minhas imagens, o que sou eu, eu e meu corpo, para a fantasia dele? Justamente, a metáfora da hera é muito evocadora, pois a hera é uma planta que não só rasteja e sobe, mas engancha as suas hastes em lugares bem específicos da pedra, nas rachaduras e nas fendas. Do mesmo modo, o meu apego ao outro eleito que se tornou meu objeto fantasiado, é uma sutura que não pega em qualquer lugar, mas muito exatamente nos orifícios erógenos do corpo, ali onde ele próprio irradia o seu desejo e me excita, sem com isso conseguir me satisfazer. E, reciprocamente, é no meu corpo, nos pontos de emissão do meu próprio desejo, que a fantasia dele se fixará.
(...)
Se considero o eleito insubstituível, é porque meu desejo se modelou progressivamente pelas sinuosidades do fluxo vibrante do seu próprio desejo. Ele é considerado insubstituível porque ninguém mais poderia acompanhar tão finamente o ritmo do meu desejo. Como se o eleito fosse antes de tudo um corpo, que pouco a pouco se aproxima, se posiciona e se ajusta aos batimentos do meu ritmo. Como se as pulsações da sua sensibilidade dançassem na mesma cadência que as minhas próprias pulsações, e os nossos corpos se excitassem mutuamente. Assim a cadência do meu desejo se harmoniza com a minha própria cadência, e cada uma das variações da sua tensão responde em eco a cada uma das minhas. Algumas vezes, o encontro é suave e progressivo; outras, violento e imediato. Entretanto, se é verdade que as trocas erógenas podem ser harmoniosas, as satisfações resultantes continuam sendo para cada um dos parceiros satisfações sempre singulares, parciais e discordantes. Nossas trocas se afinam, mas nossas satisfações desafinam”.
(Juan David Nasio in A Dor de Amar, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 58/59, 62/63)
sábado, 18 de julho de 2009
Tão Somente um Quase
Tão Somente um Quase
quinta-feira, 16 de julho de 2009
We Know
(Versão de No Cars Go por esta blogueira, em seu mais novo hobby: vídeos)
No Cars Go
(The Arcade Fire)
We know a place where no planes go
We know a place where no ships go
(Hey!) No cars go
(Hey!) No cars go
Where we know
We know a place no space ships go
We know a place where no subs go
(Hey!) No cars go
(Hey!) No cars go
Where we know
.
(Hey!)
(Hey!)
(Cars go!)
.
(Hey!) Us kids know
(Hey!) No cars go
Where we know
.
Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream
.
I don't want any pushing, and I don't wantany shoving
We're gonna do this in an orderly manner
Women and children!
Women and children!
Women and children, let's go!
Old folks, let's go!
Babies needing cribs, let's go!
......................................................................................................
Nenhum Carro Vai
.
Nós conhecemos um lugar aonde nenhum avião vai
Nós conhecemos um lugar aonde nenhum navio vai
.
(Hey!) Nenhum carro vai
(Hey!) Nenhum carro vai
Onde nós sabemos
.
Nós conhecemos um lugar aonde nenhuma nave espacial vai
Nós conhecemos um lugar aonde nenhum submarino vai
.
(Hey!) Nenhum carro vai
(Hey!) Nenhum carro vai
Onde nós sabemos
.
(Hey!)
(Hey!)
(Os carros vão!)
.
(Hey!) Nossas crianças sabem
(Hey!) Nenhum carro vai
Onde nós sabemos
.
Entre o clique da luz e o começo do sonho
Entre o clique da luz e o começo do sonho
Entre o clique da luz e o começo do sonho
Entre o clique da luz e o começo do sonho
.
Eu não quero nenhuma pressão, e eu não quero nenhum empurrão
Nós faremos isso ordenadamente
Mulheres e crianças!
Mulheres e crianças!
Mulheres e crianças, vamos lá!
Velhos camaradas, vamos la!
Bebês carentes de berço, vamos lá!
We Know
(Versão de No Cars Go por esta blogueira, em seu mais novo hobby: vídeos)
No Cars Go
(The Arcade Fire)
We know a place where no planes go
We know a place where no ships go
(Hey!) No cars go
(Hey!) No cars go
Where we know
We know a place no space ships go
We know a place where no subs go
(Hey!) No cars go
(Hey!) No cars go
Where we know
.
(Hey!)
(Hey!)
(Cars go!)
.
(Hey!) Us kids know
(Hey!) No cars go
Where we know
.
Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream
Between the click of the light and the start of the dream
.
I don't want any pushing, and I don't wantany shoving
We're gonna do this in an orderly manner
Women and children!
Women and children!
Women and children, let's go!
Old folks, let's go!
Babies needing cribs, let's go!
......................................................................................................
Nenhum Carro Vai
.
Nós conhecemos um lugar aonde nenhum avião vai
Nós conhecemos um lugar aonde nenhum navio vai
.
(Hey!) Nenhum carro vai
(Hey!) Nenhum carro vai
Onde nós sabemos
.
Nós conhecemos um lugar aonde nenhuma nave espacial vai
Nós conhecemos um lugar aonde nenhum submarino vai
.
(Hey!) Nenhum carro vai
(Hey!) Nenhum carro vai
Onde nós sabemos
.
(Hey!)
(Hey!)
(Os carros vão!)
.
(Hey!) Nossas crianças sabem
(Hey!) Nenhum carro vai
Onde nós sabemos
.
Entre o clique da luz e o começo do sonho
Entre o clique da luz e o começo do sonho
Entre o clique da luz e o começo do sonho
Entre o clique da luz e o começo do sonho
.
Eu não quero nenhuma pressão, e eu não quero nenhum empurrão
Nós faremos isso ordenadamente
Mulheres e crianças!
Mulheres e crianças!
Mulheres e crianças, vamos lá!
Velhos camaradas, vamos la!
Bebês carentes de berço, vamos lá!
terça-feira, 14 de julho de 2009
In Progress
In Progress
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Importante
Importante
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Bom Aviso
Bom Aviso
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Arma-d-ilha
“Idéia de suicídio; idéia de separação; idéia de retirada; idéia de viagem; idéia de oblação, etc; posso imaginar várias soluções para a crise amorosa e é o que estou sempre fazendo. Entretanto, por mais alienado que eu esteja, não me é difícil perceber, através dessas idéias recorrentes, uma figura única, vazia, que não é outra senão a da saída; aquilo com que eu vivo complacentemente é o fantasma de um outro papel: o papel de alguém que ‘se sai bem’. Assim se revela, mais uma vez, a natureza lingüística do sentimento amoroso: toda solução é impiedosamente devolvida à sua idéia única – quer dizer a um ser verbal; de modo que sendo finalmente linguagem, a idéia de saída vem se ajustar à privação de toda saída: o discurso amoroso é de certa forma um recinto fechado de Saídas.
Todas as soluções que imagino são interiores ao sistema amoroso: retirada, viagem, suicídio, é sempre o enamorado que se enclausura, vai embora ou morre; se ele se vê enclausurado, indo embora ou morto, é sempre um enamorado que ele vê: ordeno a mim mesmo estar sempre apaixonado e de não estar mais. Essa espécie de identidade entre o problema e a solução define precisamente a armadilha: caio na armadilha porque não está ao meu alcance mudar de sistema: sou ‘feito’ duas vezes: no interior do meu próprio sistema e porque não posso substituí-lo por outro. Esse nó duplo define, parece, um certo tipo de loucura (a armadilha se fecha quando a infelicidade não tem contrário: ‘Para que haja infelicidade, é preciso que o próprio bem faça mal’). Quebra-cabeça: para ‘me sair bem’, seria preciso que eu saísse do sistema (...). Se não fosse da ‘natureza’ do delírio amoroso passar, acabar sozinho, ninguém poderia nunca terminar com isso”.
(Roland Barthes in “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995, p. 176/177)
Arma-d-ilha
“Idéia de suicídio; idéia de separação; idéia de retirada; idéia de viagem; idéia de oblação, etc; posso imaginar várias soluções para a crise amorosa e é o que estou sempre fazendo. Entretanto, por mais alienado que eu esteja, não me é difícil perceber, através dessas idéias recorrentes, uma figura única, vazia, que não é outra senão a da saída; aquilo com que eu vivo complacentemente é o fantasma de um outro papel: o papel de alguém que ‘se sai bem’. Assim se revela, mais uma vez, a natureza lingüística do sentimento amoroso: toda solução é impiedosamente devolvida à sua idéia única – quer dizer a um ser verbal; de modo que sendo finalmente linguagem, a idéia de saída vem se ajustar à privação de toda saída: o discurso amoroso é de certa forma um recinto fechado de Saídas.
Todas as soluções que imagino são interiores ao sistema amoroso: retirada, viagem, suicídio, é sempre o enamorado que se enclausura, vai embora ou morre; se ele se vê enclausurado, indo embora ou morto, é sempre um enamorado que ele vê: ordeno a mim mesmo estar sempre apaixonado e de não estar mais. Essa espécie de identidade entre o problema e a solução define precisamente a armadilha: caio na armadilha porque não está ao meu alcance mudar de sistema: sou ‘feito’ duas vezes: no interior do meu próprio sistema e porque não posso substituí-lo por outro. Esse nó duplo define, parece, um certo tipo de loucura (a armadilha se fecha quando a infelicidade não tem contrário: ‘Para que haja infelicidade, é preciso que o próprio bem faça mal’). Quebra-cabeça: para ‘me sair bem’, seria preciso que eu saísse do sistema (...). Se não fosse da ‘natureza’ do delírio amoroso passar, acabar sozinho, ninguém poderia nunca terminar com isso”.
(Roland Barthes in “Fragmentos de um Discurso Amoroso”, Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995, p. 176/177)
terça-feira, 7 de julho de 2009
Sina
Sina
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Olhada de Guloso
"Ponta de inveja, um dedo de luxúria
Olhada de guloso não faz mal a ninguém
Se ela quiser também, se ela quiser também.
.
Falsa preguiça, ira de mentira
Porque guardar pra si tanta beleza
Quanta avareza, quanta avareza!
.
É um pecado não gostar de alguém assim
É um pecado não gostar assim de alguém.
.
(...)
.
Inveja, ira, gula, vaidade
Luxúria, preguiça e avareza
É um pecado não amar alguém assim".
(Trecho da música "Não Faz Mal a Ninguém" de Lenine e Lula Queiroga)
Olhada de Guloso
"Ponta de inveja, um dedo de luxúria
Olhada de guloso não faz mal a ninguém
Se ela quiser também, se ela quiser também.
.
Falsa preguiça, ira de mentira
Porque guardar pra si tanta beleza
Quanta avareza, quanta avareza!
.
É um pecado não gostar de alguém assim
É um pecado não gostar assim de alguém.
.
(...)
.
Inveja, ira, gula, vaidade
Luxúria, preguiça e avareza
É um pecado não amar alguém assim".
(Trecho da música "Não Faz Mal a Ninguém" de Lenine e Lula Queiroga)
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Soluções
Diálogo travado nos arredores de Isabelolândia:
- Acho que o “auto” aí se refere à atividade de cada parte do corpo conectada às suas próprias satisfações. Uma satisfação das pulsões sexuais de forma não organizada, anárquica, se encerrando em si mesmas, entende?!
- Sim, sim. Então, quando Freud fala em pulsões libidinais patológicas...
Alguém interrompe:
- Pulsões libidinais patológicas???
- Não, não! Eu quis dizer narcisismo patológico!
O silêncio irrompe a sala.
- Ah, não liga, não... Tesão é um negócio “super-patológico” mesmo...
- Ato falho... - diz ele rindo.
- O teu é. O meu não - diz ela - Saco. Maldito sintoma...
Soluções
Diálogo travado nos arredores de Isabelolândia:
- Acho que o “auto” aí se refere à atividade de cada parte do corpo conectada às suas próprias satisfações. Uma satisfação das pulsões sexuais de forma não organizada, anárquica, se encerrando em si mesmas, entende?!
- Sim, sim. Então, quando Freud fala em pulsões libidinais patológicas...
Alguém interrompe:
- Pulsões libidinais patológicas???
- Não, não! Eu quis dizer narcisismo patológico!
O silêncio irrompe a sala.
- Ah, não liga, não... Tesão é um negócio “super-patológico” mesmo...
- Ato falho... - diz ele rindo.
- O teu é. O meu não - diz ela - Saco. Maldito sintoma...
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Para-ti é Aqui
.
A FLIP começa hoje, mas não tenha pressa, só quero estar lá na sexta. Você ainda pergunta por quê? Porque o Chico vai falar depois do Tezza, meu amor, e eu não posso perder! Está bem, está bem... Eu sei que andam dizendo por aí que o livro do Chico é uma merda, mas o Chico é o Chico; tem crédito para escrever a merda que quiser até morrer. E além do mais, estou louca para ver o Mario Bellatin sustentar diante do Tezza que um ficcionista não pode inspirar-se em sua própria sua vida para contar uma história. Você sabe que a questão do “eu profundo e outros eus” muito me interessa, né? Como já dizia o Chico... Ah, pára! Ciúmes do Chico não! E não me venha com essa! Nem ligo se você vai passar o domingo com a Catherine Millet para investigar "as sem-razões do amor"... Pode ir. Só não esquece de levar o dinheiro trocado, hein, porque a tenda dos autores custa 30 pratas e, até onde eu sei, a moça não costuma dar troco, não... O quê? Estou muito engraçadinha para o seu gosto? Estou lhe lembrando alguém? Xiii... Apaga a luz e vem aqui, vem...
Para-ti é Aqui
.
A FLIP começa hoje, mas não tenha pressa, só quero estar lá na sexta. Você ainda pergunta por quê? Porque o Chico vai falar depois do Tezza, meu amor, e eu não posso perder! Está bem, está bem... Eu sei que andam dizendo por aí que o livro do Chico é uma merda, mas o Chico é o Chico; tem crédito para escrever a merda que quiser até morrer. E além do mais, estou louca para ver o Mario Bellatin sustentar diante do Tezza que um ficcionista não pode inspirar-se em sua própria sua vida para contar uma história. Você sabe que a questão do “eu profundo e outros eus” muito me interessa, né? Como já dizia o Chico... Ah, pára! Ciúmes do Chico não! E não me venha com essa! Nem ligo se você vai passar o domingo com a Catherine Millet para investigar "as sem-razões do amor"... Pode ir. Só não esquece de levar o dinheiro trocado, hein, porque a tenda dos autores custa 30 pratas e, até onde eu sei, a moça não costuma dar troco, não... O quê? Estou muito engraçadinha para o seu gosto? Estou lhe lembrando alguém? Xiii... Apaga a luz e vem aqui, vem...