quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Feliz 2010!

(Essa imagem é antiga, não conheço a origem e acredito até já ter usado antes, mas que é linda é linda! Então, que venha de novo!).

Já estou aqui pensando nas primeiras resoluções de ano novo com os R$ 100.000.000,00 na mão...
.
Feliz ano novo a todos!

Feliz 2010!

(Essa imagem é antiga, não conheço a origem e acredito até já ter usado antes, mas que é linda é linda! Então, que venha de novo!).

Já estou aqui pensando nas primeiras resoluções de ano novo com os R$ 100.000.000,00 na mão...
.
Feliz ano novo a todos!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Mu-danças

(Exposição de fotomontagens de Grete Stern no Instituto Moreira Sales até 17.jan.10)

Algo acontece por aqui.

Das trevas surge a singela e efêmera claridade a revelar o que está para além do divã, para além das bocas que falam sem parar, para além da sombra dos lábios que escondem mais do que belos sorrisos.

Puro fulgor...

E através das lentes da brilhante fotógrafa Grete Stern (1904-1999) os sonhos relatados por mulheres que buscavam explicação para suas angústias foram imortalizados em fotomontagens que ilustraram as publicações da revista argentina Idílio entre os anos de 1948 e 1952, na coluna El psicoanálisis le Ayudará, assinada por Richard Rest, pseudônimo do psicanalista Gino Germani, e estarão em cartaz no Instituto Moreira Sales até o dia 17.jan.09 em uma exposição que - essa sim - não dá para perder.
.
("Artículos Eléctricos para el Hogar", 1950)
.
("En el Andén", 1949) .
.
(Sem título, 1949)
.

("Los Sueños de Realizaciones Futuras", 1950)

Mu-danças

(Exposição de fotomontagens de Grete Stern no Instituto Moreira Sales até 17.jan.10)

Algo acontece por aqui.

Das trevas surge a singela e efêmera claridade a revelar o que está para além do divã, para além das bocas que falam sem parar, para além da sombra dos lábios que escondem mais do que belos sorrisos.

Puro fulgor...

E através das lentes da brilhante fotógrafa Grete Stern (1904-1999) os sonhos relatados por mulheres que buscavam explicação para suas angústias foram imortalizados em fotomontagens que ilustraram as publicações da revista argentina Idílio entre os anos de 1948 e 1952, na coluna El psicoanálisis le Ayudará, assinada por Richard Rest, pseudônimo do psicanalista Gino Germani, e estarão em cartaz no Instituto Moreira Sales até o dia 17.jan.09 em uma exposição que - essa sim - não dá para perder.
.
("Artículos Eléctricos para el Hogar", 1950)
.
("En el Andén", 1949) .
.
(Sem título, 1949)
.

("Los Sueños de Realizaciones Futuras", 1950)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Regente Plutão

..
"Escorpião - de 23/10 a 21/11 - regente Plutão
Nem adianta tentar reprimir seus fortes desejos, é esforço inutil. Além do mais, esta é a energia que o mantém vivo. Mas é a sua vontade que vai decidir como você vai agir: contra ou a favor desses desejos. Essa responsabilidade é toda sua".
(O Globo Online, horóscopo publicado em 25.dez.09)

("Ne me Quitte Pas" por Maria Gadú de dentro do buraco negro, Cinemathèque, Rio de Janeiro, em 13.abr.09)

Está bem: não me deixe. Fique aqui. É o que desejo. Esqueçamos o que pode ser esquecido, o que já passou, o tempo dos mal-entendidos. Esqueçamos também o tempo que já perdemos tentando entender como esquecer o tempo que às vezes pára o coração da felicidade com sopros de porquê.

Não me deixe. É isso. Eu te ofereço pérolas de chuva dos países onde não há chuva, escavo a terra e o que mais precisar escavar para continuar lhe cobrindo de ouro e luz, e fundarei uma terra onde o amor será o rei, será a lei, e você será meu, enfim.

Fique. Não me deixe. Eu continuarei falando o que só você entende, te contando histórias desses amantes que têm seus corações incendiados, e dessa caminhante que já não enxerga estrada sem você.

Não me deixe, não... Afinal, vemos sempre renascer o fogo desse vulcão antigo quando o julgamos adormecido, vemos nascer mais trigo das terras queimadas do que no melhor abril - esse melhor que quase sempre é um problema. E mesmo quando a noite vem, com um céu flamejante, sabemos muito bem que o o vermelho e o negro não se casam. É a diferença que separa. É a diferença que nos une. Nós sabemos disso.

Por isso, não me deixe. Não vou mais chorar, não vou mais falar, estou cansada. Vou ficar aqui escondida, do jeito que você quer, para te contemplar a dançar, a sorrir - e esbravejar de vez em quando -, e para te escutar, ouvir a tua canção e então rir. Serei a sombra da tua sombra, do teu fantasma, a sombra da tua mão, dos teus pés, a sombra daquele cachorrinho adorado, ou sua dama. Você escolhe.

Regente Plutão

..
"Escorpião - de 23/10 a 21/11 - regente Plutão
Nem adianta tentar reprimir seus fortes desejos, é esforço inutil. Além do mais, esta é a energia que o mantém vivo. Mas é a sua vontade que vai decidir como você vai agir: contra ou a favor desses desejos. Essa responsabilidade é toda sua".
(O Globo Online, horóscopo publicado em 25.dez.09)

("Ne me Quitte Pas" por Maria Gadú de dentro do buraco negro, Cinemathèque, Rio de Janeiro, em 13.abr.09)

Está bem: não me deixe. Fique aqui. É o que desejo. Esqueçamos o que pode ser esquecido, o que já passou, o tempo dos mal-entendidos. Esqueçamos também o tempo que já perdemos tentando entender como esquecer o tempo que às vezes pára o coração da felicidade com sopros de porquê.

Não me deixe. É isso. Eu te ofereço pérolas de chuva dos países onde não há chuva, escavo a terra e o que mais precisar escavar para continuar lhe cobrindo de ouro e luz, e fundarei uma terra onde o amor será o rei, será a lei, e você será meu, enfim.

Fique. Não me deixe. Eu continuarei falando o que só você entende, te contando histórias desses amantes que têm seus corações incendiados, e dessa caminhante que já não enxerga estrada sem você.

Não me deixe, não... Afinal, vemos sempre renascer o fogo desse vulcão antigo quando o julgamos adormecido, vemos nascer mais trigo das terras queimadas do que no melhor abril - esse melhor que quase sempre é um problema. E mesmo quando a noite vem, com um céu flamejante, sabemos muito bem que o o vermelho e o negro não se casam. É a diferença que separa. É a diferença que nos une. Nós sabemos disso.

Por isso, não me deixe. Não vou mais chorar, não vou mais falar, estou cansada. Vou ficar aqui escondida, do jeito que você quer, para te contemplar a dançar, a sorrir - e esbravejar de vez em quando -, e para te escutar, ouvir a tua canção e então rir. Serei a sombra da tua sombra, do teu fantasma, a sombra da tua mão, dos teus pés, a sombra daquele cachorrinho adorado, ou sua dama. Você escolhe.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Estrada

("A Estrada" da Cidade Negra por Maria Gadú, Posto 8, Rio de Janeiro, ago/2009)

Aqui sentada diante do meu novo HP, encantada com a voz de Maria Gadú - que até dois dias nunca tinha ouvido falar -, me lembro do meu filho aos prantos nesta cadeira, há pouco mais de uma semana, gritando, e dizendo que odiava o nosso computador antigo porque ele estava muito, muito lento e já não suportava rodar o seu jogo preferido. Ele dizia que quando o novo aparelho chegasse, ele jogaria o antigo no chão e o chutaria até que ele desaparecesse.

Diante de tanta raiva, me lembrei de lembrar ao meu filho todas as coisas boas que vivemos com o computador antigo que, embora já não nos atendesse hoje, nos proporcionou tantos momentos alegres desde que chegou à nossa casa, à nossa vida: a criação de nossos blogs, tantas pesquisas e trabalhos bem sucedidos, tantas gargalhadas no You Tube, tanto carinho para lá e para cá via e-mail ao longo desses anos... que melhor seria simplesmente agradecermos por tudo o que pôde nos dar até aqui - e já não pode mais fazer - e deixá-lo seguir o seu caminho rumo a outro lar que possa se beneficiar do que ele tem para dar, que já não nos serve mais.

O choro cessou. Meu filho escolheu brincar do jeito que era possível.

E deu um novo passo.

A Estrada

("A Estrada" da Cidade Negra por Maria Gadú, Posto 8, Rio de Janeiro, ago/2009)

Aqui sentada diante do meu novo HP, encantada com a voz de Maria Gadú - que até dois dias nunca tinha ouvido falar -, me lembro do meu filho aos prantos nesta cadeira, há pouco mais de uma semana, gritando, e dizendo que odiava o nosso computador antigo porque ele estava muito, muito lento e já não suportava rodar o seu jogo preferido. Ele dizia que quando o novo aparelho chegasse, ele jogaria o antigo no chão e o chutaria até que ele desaparecesse.

Diante de tanta raiva, me lembrei de lembrar ao meu filho todas as coisas boas que vivemos com o computador antigo que, embora já não nos atendesse hoje, nos proporcionou tantos momentos alegres desde que chegou à nossa casa, à nossa vida: a criação de nossos blogs, tantas pesquisas e trabalhos bem sucedidos, tantas gargalhadas no You Tube, tanto carinho para lá e para cá via e-mail ao longo desses anos... que melhor seria simplesmente agradecermos por tudo o que pôde nos dar até aqui - e já não pode mais fazer - e deixá-lo seguir o seu caminho rumo a outro lar que possa se beneficiar do que ele tem para dar, que já não nos serve mais.

O choro cessou. Meu filho escolheu brincar do jeito que era possível.

E deu um novo passo.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Casa

.
Enfim, estou em casa.
No trabalho, na Escola,
Estou em casa.

Casa

.
Enfim, estou em casa.
No trabalho, na Escola,
Estou em casa.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vista bonita

(Fotografia de SeluSava, Rio de Janeiro, 2009)
.
O mundo está perdido, disse o rapaz após se confrontar com a dor daquele imenso vazio. O mundo está completamente perdido.
.
Por que está perdido, meu caro, perguntou a que escutava sem qualquer bússola que pudesse emprestar. Está perdido. PER-DI-DO, disse ele. Conheci uma linda mulher, exuberante mesmo, rica, daquelas que têm TUDO na vida, mas imagine só: durante toda a conversa, a cada idéia que expunha, a cada palavra que dizia, a cada tentativa de manter um diálogo amistoso, me assustava mais e mais com os rompantes daquela mulher. Aquilo era ódio, pode acreditar. Ódio mesmo. Quanta intolerância, quanto preconceito, quanta revolta. Como pode... Como se toda a verdade lhe pertencesse e o que escapasse à sua regra simplesmente não prestasse, não merecesse o mínimo respeito. Não me conformo... tão linda a desgraçada. E num lampejo dos bons, concluiu: estou perdido, me acostumei mal ao que é bom... incrível, mas uma mulher como essa já não me diz nada...
.
E a que ouvia a história pensou naqueles que se acostumam mal ao que é bom, nos que se acostumam bem ao que faz mal, nos que falam de tudo e não dizem nada, nos que fazem do nada belas canções. Silente, pensou em como a diferença surge, justamente, do que se faz de cada diferença, de cada vazio, de cada saudade. Pensou ainda se o consultório terá vista bonita, como será o cartão de visita, e que por via das dúvidas é bom sair cedo porque o trânsito até Ipanema, hoje, promete.

Vista bonita

(Fotografia de SeluSava, Rio de Janeiro, 2009)
.
O mundo está perdido, disse o rapaz após se confrontar com a dor daquele imenso vazio. O mundo está completamente perdido.
.
Por que está perdido, meu caro, perguntou a que escutava sem qualquer bússola que pudesse emprestar. Está perdido. PER-DI-DO, disse ele. Conheci uma linda mulher, exuberante mesmo, rica, daquelas que têm TUDO na vida, mas imagine só: durante toda a conversa, a cada idéia que expunha, a cada palavra que dizia, a cada tentativa de manter um diálogo amistoso, me assustava mais e mais com os rompantes daquela mulher. Aquilo era ódio, pode acreditar. Ódio mesmo. Quanta intolerância, quanto preconceito, quanta revolta. Como pode... Como se toda a verdade lhe pertencesse e o que escapasse à sua regra simplesmente não prestasse, não merecesse o mínimo respeito. Não me conformo... tão linda a desgraçada. E num lampejo dos bons, concluiu: estou perdido, me acostumei mal ao que é bom... incrível, mas uma mulher como essa já não me diz nada...
.
E a que ouvia a história pensou naqueles que se acostumam mal ao que é bom, nos que se acostumam bem ao que faz mal, nos que falam de tudo e não dizem nada, nos que fazem do nada belas canções. Silente, pensou em como a diferença surge, justamente, do que se faz de cada diferença, de cada vazio, de cada saudade. Pensou ainda se o consultório terá vista bonita, como será o cartão de visita, e que por via das dúvidas é bom sair cedo porque o trânsito até Ipanema, hoje, promete.