quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Luz dos olhos

(Nando Reis e Andréa Martins, "Luz dos Olhos", Luau MTV, Universal Music, 2007)

"Liga o rádio à pilha, a TV,
só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora".

Luz dos olhos

(Nando Reis e Andréa Martins, "Luz dos Olhos", Luau MTV, Universal Music, 2007)

"Liga o rádio à pilha, a TV,
só pra você escutar
A nova música que eu fiz agora".

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Caminhar

(Fotografia de Emily Jane, Estados Unidos, 2009)

"- Eu ficaria feliz de te ver caminhar de muito perto, como no teu retrato".

("Gradiva - uma fantasia pompeiana" de Wilhelm Jensen, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987, p 64)

Caminhar

(Fotografia de Emily Jane, Estados Unidos, 2009)

"- Eu ficaria feliz de te ver caminhar de muito perto, como no teu retrato".

("Gradiva - uma fantasia pompeiana" de Wilhelm Jensen, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987, p 64)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Callas

(Maria Callas em Casta Diva na montagem de Norma, Vincenzo Bellini, Paris, 1955)

O seminário ainda não havia chegado ao final. Alguns, comprometidos com a hora, precisavam ir. Sugeriram que continuássemos no próximo encontro. Ela, então, disse - "falta tão pouco...", mas não havia como. Eles não podiam ficar. 
Eu? Podia.

"A voz da diva cria a possibilidade de uma relação direta com o grande Outro, sem derivação, sem lugar tenente. O gozo que se tem com a voz da diva - agudos e superagudos - faz com que nesse momento não se saiba mais se é a diva ou o divino que canta. Essa voz da diva é sem porquê, pois não é o Outro a sua causa. Nesse momento, o humano se torna Outro, esse Outro que não vem a nós porque recalcamos o significante da alteridade, da diferença. E aqui o autor [Alain Didier-Weill] se faz uma pergunta radical: 'Se não há Outro, uma vez que o sujeito o recusou, por que há Outro?' E responde - 'Essa questão não poderemos responder. É sem porquê'. (...) A voz da diva é um Real não traumático".

(Trecho da dissertação de mestrado de Lia Amorim "Criminosos sob Coação Irresistível (do Supereu) - Uma Contribuição da Psicanálise à Criminologia, Programa de Pós-graduação em Psicanálise, Instituto de Psicolocia da UERJ, 2002)

Callas

(Maria Callas em Casta Diva na montagem de Norma, Vincenzo Bellini, Paris, 1955)

O seminário ainda não havia chegado ao final. Alguns, comprometidos com a hora, precisavam ir. Sugeriram que continuássemos no próximo encontro. Ela, então, disse - "falta tão pouco...", mas não havia como. Eles não podiam ficar. 
Eu? Podia.

"A voz da diva cria a possibilidade de uma relação direta com o grande Outro, sem derivação, sem lugar tenente. O gozo que se tem com a voz da diva - agudos e superagudos - faz com que nesse momento não se saiba mais se é a diva ou o divino que canta. Essa voz da diva é sem porquê, pois não é o Outro a sua causa. Nesse momento, o humano se torna Outro, esse Outro que não vem a nós porque recalcamos o significante da alteridade, da diferença. E aqui o autor [Alain Didier-Weill] se faz uma pergunta radical: 'Se não há Outro, uma vez que o sujeito o recusou, por que há Outro?' E responde - 'Essa questão não poderemos responder. É sem porquê'. (...) A voz da diva é um Real não traumático".

(Trecho da dissertação de mestrado de Lia Amorim "Criminosos sob Coação Irresistível (do Supereu) - Uma Contribuição da Psicanálise à Criminologia, Programa de Pós-graduação em Psicanálise, Instituto de Psicolocia da UERJ, 2002)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

domingo, 26 de setembro de 2010

Fios

(The Huber Marionettes, Estados Unidos, 2009)

"O amor não é sentimento. É palavra.
Não se trata de como foi amado, mas com que palavras o sujeito foi dito com amor".

Por que fios a marionete é conduzida...

Eduardo Vidal, um dia desses.

Fios

(The Huber Marionettes, Estados Unidos, 2009)

"O amor não é sentimento. É palavra.
Não se trata de como foi amado, mas com que palavras o sujeito foi dito com amor".

Por que fios a marionete é conduzida...

Eduardo Vidal, um dia desses.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Seja bem-vindo



(Isabela Dantas por Milla Scramignon, Focaccia Café, Centro, Rio de Janeiro, 21.set.10)

Seja bem-vindo



(Isabela Dantas por Milla Scramignon, Focaccia Café, Centro, Rio de Janeiro, 21.set.10)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A Coisa

("Cumplicidade" por Rafael Soledade Matos, Lisboa, 2006)

Fiquei sabendo que ela o chamava carinhosamente de das Ding.
E ele gostava.
O amor tem dessas coisas.

A Coisa

("Cumplicidade" por Rafael Soledade Matos, Lisboa, 2006)

Fiquei sabendo que ela o chamava carinhosamente de das Ding.
E ele gostava.
O amor tem dessas coisas.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Coluna Café

("Boom do Café" por Camilla MaiaEscola do Café, Itaipava, Rio de Janeiro, 2006)

Centro da cidade. Milhares de pessoas passam de um lado para o outro sem parar, atarefadas, empenhadas, atrasadas ou não, a caminho, apressadas, pensamento longe, enquanto nós, da janela do café, apenas apreciamos a vista. E saboreamos um bom espresso.

Em breve, Coluna Café.
Aguardem.

Coluna Café

("Boom do Café" por Camilla MaiaEscola do Café, Itaipava, Rio de Janeiro, 2006)

Centro da cidade. Milhares de pessoas passam de um lado para o outro sem parar, atarefadas, empenhadas, atrasadas ou não, a caminho, apressadas, pensamento longe, enquanto nós, da janela do café, apenas apreciamos a vista. E saboreamos um bom espresso.

Em breve, Coluna Café.
Aguardem.

domingo, 19 de setembro de 2010

Alvorada


Circuito de aniversários cumprido bravamente por esta blogueira ontem, em 12 horas, terminando adivinha onde...

("Mangueira" de Seu Jorge por Dom Braga & A Swingueira Fantástica, Teatro Odisséia, 2008)

Alvorada lá no morro.
Que beleza.

Alvorada


Circuito de aniversários cumprido bravamente por esta blogueira ontem, em 12 horas, terminando adivinha onde...

("Mangueira" de Seu Jorge por Dom Braga & A Swingueira Fantástica, Teatro Odisséia, 2008)

Alvorada lá no morro.
Que beleza.

sábado, 18 de setembro de 2010

Bom sinal

(Arco íris lunar por Pierre Lesage, Taiti, 2008)

Saramago. Sempre.
Hoje.

"O dia amanheceu numa terra livre por onde corriam soltos e claros os rios e onde as montanhas azuis mal repousavam sobre as planínies

A mulher e o homem voltaram à cidade deixando pelo chão um rasto de sete cores lentamente diluídas até se fundirem no verde absoluto dos prados

Aqui os animais verdadeiros pastavam erguendo os focinhos húmidos de orvalho e as árvores carregavam-se de frutos pesados e ácios enquanto no interior delas se preparavam as doces combinações químicas do outono

Entretanto o arco-íris tem voltado todas as noites e isso é um bom sinal"

(José Saramago in "O Ano de 1993", São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 120-121)

Bom sinal

(Arco íris lunar por Pierre Lesage, Taiti, 2008)

Saramago. Sempre.
Hoje.

"O dia amanheceu numa terra livre por onde corriam soltos e claros os rios e onde as montanhas azuis mal repousavam sobre as planínies

A mulher e o homem voltaram à cidade deixando pelo chão um rasto de sete cores lentamente diluídas até se fundirem no verde absoluto dos prados

Aqui os animais verdadeiros pastavam erguendo os focinhos húmidos de orvalho e as árvores carregavam-se de frutos pesados e ácios enquanto no interior delas se preparavam as doces combinações químicas do outono

Entretanto o arco-íris tem voltado todas as noites e isso é um bom sinal"

(José Saramago in "O Ano de 1993", São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 120-121)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ei-la!

(Relevo em mármore de Gradiva exposto no Museu Chiaramonti do Vaticano, em Roma, que inspirou o romance de Wilhelm Jensen, "Gradiva - uma fantasia pompeiana", 1903)

Sabe aquele livro que vem até você e, majestosamente, passa à frente de todos os outros que estão enfileirados há tempos, novinhos, intactos, esperando apenas uma chance de ocupar aquele lugar tão almejado na sua cabeceira?
Pois é. Ele chegou.    

"Ao visitar uma das grandes coleções romanas de antigüidades, Norbert Hanold descobrira um baixo-relevo que o impressionara excepcionalmente. Alegrou-se de poder encontrar, na volta à Alemanha, uma excelente cópia dele. Alguns anos depois, esta encontrava-se em lugar privilegiado em seu gabinete de trabalho, cujas paredes estavam quase que inteiramente revestidas de prateleiras cobertas de livros; a luz caía diretamente sobre o relevo, e o sol poente o iluminava durante alguns instantes. A escultura representava, de pé, uma mulher caminhando".

(Primeiras linhas de "Gradiva - uma fantasia pompeiana", de Wilhelm Jensen, tradução de Ângela Melim, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987, p. 11)

Ei-la!

(Relevo em mármore de Gradiva exposto no Museu Chiaramonti do Vaticano, em Roma, que inspirou o romance de Wilhelm Jensen, "Gradiva - uma fantasia pompeiana", 1903)

Sabe aquele livro que vem até você e, majestosamente, passa à frente de todos os outros que estão enfileirados há tempos, novinhos, intactos, esperando apenas uma chance de ocupar aquele lugar tão almejado na sua cabeceira?
Pois é. Ele chegou.    

"Ao visitar uma das grandes coleções romanas de antigüidades, Norbert Hanold descobrira um baixo-relevo que o impressionara excepcionalmente. Alegrou-se de poder encontrar, na volta à Alemanha, uma excelente cópia dele. Alguns anos depois, esta encontrava-se em lugar privilegiado em seu gabinete de trabalho, cujas paredes estavam quase que inteiramente revestidas de prateleiras cobertas de livros; a luz caía diretamente sobre o relevo, e o sol poente o iluminava durante alguns instantes. A escultura representava, de pé, uma mulher caminhando".

(Primeiras linhas de "Gradiva - uma fantasia pompeiana", de Wilhelm Jensen, tradução de Ângela Melim, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1987, p. 11)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Frangolone

(Ilustração de Milla Scramignon, "Frangolone", Rio de Janeiro, 2010)

Num bate-papo informal, casual e mais do que descontraído, duas amigas de idônea moral e reputação ilibada - cujas identidades não revelarei jamais -, travaram o seguinte diálogo nesta inspiradora tarde de quarta-feira:

-  Já ouviu na rádio o anúncio daquele motel? Gente... eles narram o cardápio do almoço executivo com voz sensual. Onde já se viu uma coisa dessas?
- Olha, tenho que te confessar uma coisa: eu adoro almoço executivo de motel. 
- Tá louca. Nunca almocei em motel... só fui almoçada.
- ...
- Pois eu já bati cada pratão...
- Ah é? Um amigo me disse que lá em Campo Grande tem um motel que custa dez reais e ainda dão um frango... daqueles de padaria!
-  ...
- Então, considerando que um frango na padaria custa doze reais, quer dizer que nesse motel você dá "umasinha" e leva dois reais de troco?  

Frangolone

(Ilustração de Milla Scramignon, "Frangolone", Rio de Janeiro, 2010)

Num bate-papo informal, casual e mais do que descontraído, duas amigas de idônea moral e reputação ilibada - cujas identidades não revelarei jamais -, travaram o seguinte diálogo nesta inspiradora tarde de quarta-feira:

-  Já ouviu na rádio o anúncio daquele motel? Gente... eles narram o cardápio do almoço executivo com voz sensual. Onde já se viu uma coisa dessas?
- Olha, tenho que te confessar uma coisa: eu adoro almoço executivo de motel. 
- Tá louca. Nunca almocei em motel... só fui almoçada.
- ...
- Pois eu já bati cada pratão...
- Ah é? Um amigo me disse que lá em Campo Grande tem um motel que custa dez reais e ainda dão um frango... daqueles de padaria!
-  ...
- Então, considerando que um frango na padaria custa doze reais, quer dizer que nesse motel você dá "umasinha" e leva dois reais de troco?  

Sentidos

("The reader" por Lucifersdream, Romenia, 2009)

Chegou em casa tarde, já cansada do dia, mas ao ouvir o chamado de Sebastião, na portaria, antes de tomar o elevador, sentiu o coração acelerar. Prenúncio de boa nova. Via sedex. Os olhos voltaram a brilhar ao avistar o embrulho. Tomou-o nas mãos como se a sua felicidade estivesse ali, naquele instante. E estava. Enquanto subia ao apartamento, entre pacotes e correspondências, pôde sentir aquela presença querida em seu abraço. Puxou-o com uma das mãos, sentiu o volume entre seus dedos, manuseou a embalagem buscando suas dimensões, seus limites, o apertou carinhosamente, leu cada uma de suas inscrições, deixou que escorregasse de um lado para outro no envelope; deslizando, fazendo uma espécie de música que só ela ouvia.

Ávida para tocá-lo, abriu a porta, deixou as chaves no aparador, rasgou cuidadosamente o envólucro e, de dentro do plástico bolha, pôde, enfim, avistá-lo; tê-lo como há tanto desejava. Agora ele estava ali, bem diante dos seus olhos, capa rija, impecável, páginas jamais tocadas por outras mãos como eram agora pelas suas. Folhas desvendadas pelos seus sentidos, agitadas diante do rosto. Ventania. Tão macias, tão cheirosas folhas, que traziam mensagens de além-mar, de um certo professor universitário, de Coimbra, que fala daquilo que sabe não saber: daquilo que está para além da luz, para além da lei, para além do direito, embora esteja aqui o tempo todo. Bem mais perto do que se imagina.
. 
"A Medicina, a História, o Direito e a Comunicação Social, todas estas são galáxias da percepção e da luz. Não é circunstancial que todas elas lidem, de uma forma ou de outra, com o problema da prova. Na medida em que produzem diagnósticos, interessam-se pelas condições do que pode dizer-se ter ocorrido, cuidam do testemunho e das condições que rodeiam a sua recolha; importam-se com o relato; instalam-se nos cruzamentos entre a fonte, a percepção e a decisão; especializam-se no visível; acreditam numa devolução de visibilidade ao que não a tem; aceitam responder a expectativas de trazer à luz aquilo que se acredita ter-lhe sido roubado. É por isso que têm sempre, por definição pontos cegos. Todo o campo de visão os tem. Eles são substanciais ao exercício do olhar. O ponto cego é privilégio de quem vê.
Dito isto, ele traduz um preço a pagar. O ponto cego é também a expressão de um excesso de confiança naquele privilégio e nas capacidades conjugadas dos sentidos e da razão para ver e para decidir. (...) Num caso como noutro, a intensificação do existente imprime um excesso de visibilidade, uma sobre-focagem num objecto considerado em fuga e que importa captar sob qualquer condição. Um objecto que desaparecerá, fatalmente, no horizonte do olhar, no momento exacto em que parece iminente a sua captura. Escondendo-se, doravante, no ponto cego.
É desta impossibilidade de captura que me ocupo".

Eu também.

(Introdução de "O Ponto Cego do Direito", de Rui Cunha Martins, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010)

Sentidos

("The reader" por Lucifersdream, Romenia, 2009)

Chegou em casa tarde, já cansada do dia, mas ao ouvir o chamado de Sebastião, na portaria, antes de tomar o elevador, sentiu o coração acelerar. Prenúncio de boa nova. Via sedex. Os olhos voltaram a brilhar ao avistar o embrulho. Tomou-o nas mãos como se a sua felicidade estivesse ali, naquele instante. E estava. Enquanto subia ao apartamento, entre pacotes e correspondências, pôde sentir aquela presença querida em seu abraço. Puxou-o com uma das mãos, sentiu o volume entre seus dedos, manuseou a embalagem buscando suas dimensões, seus limites, o apertou carinhosamente, leu cada uma de suas inscrições, deixou que escorregasse de um lado para outro no envelope; deslizando, fazendo uma espécie de música que só ela ouvia.

Ávida para tocá-lo, abriu a porta, deixou as chaves no aparador, rasgou cuidadosamente o envólucro e, de dentro do plástico bolha, pôde, enfim, avistá-lo; tê-lo como há tanto desejava. Agora ele estava ali, bem diante dos seus olhos, capa rija, impecável, páginas jamais tocadas por outras mãos como eram agora pelas suas. Folhas desvendadas pelos seus sentidos, agitadas diante do rosto. Ventania. Tão macias, tão cheirosas folhas, que traziam mensagens de além-mar, de um certo professor universitário, de Coimbra, que fala daquilo que sabe não saber: daquilo que está para além da luz, para além da lei, para além do direito, embora esteja aqui o tempo todo. Bem mais perto do que se imagina.
. 
"A Medicina, a História, o Direito e a Comunicação Social, todas estas são galáxias da percepção e da luz. Não é circunstancial que todas elas lidem, de uma forma ou de outra, com o problema da prova. Na medida em que produzem diagnósticos, interessam-se pelas condições do que pode dizer-se ter ocorrido, cuidam do testemunho e das condições que rodeiam a sua recolha; importam-se com o relato; instalam-se nos cruzamentos entre a fonte, a percepção e a decisão; especializam-se no visível; acreditam numa devolução de visibilidade ao que não a tem; aceitam responder a expectativas de trazer à luz aquilo que se acredita ter-lhe sido roubado. É por isso que têm sempre, por definição pontos cegos. Todo o campo de visão os tem. Eles são substanciais ao exercício do olhar. O ponto cego é privilégio de quem vê.
Dito isto, ele traduz um preço a pagar. O ponto cego é também a expressão de um excesso de confiança naquele privilégio e nas capacidades conjugadas dos sentidos e da razão para ver e para decidir. (...) Num caso como noutro, a intensificação do existente imprime um excesso de visibilidade, uma sobre-focagem num objecto considerado em fuga e que importa captar sob qualquer condição. Um objecto que desaparecerá, fatalmente, no horizonte do olhar, no momento exacto em que parece iminente a sua captura. Escondendo-se, doravante, no ponto cego.
É desta impossibilidade de captura que me ocupo".

Eu também.

(Introdução de "O Ponto Cego do Direito", de Rui Cunha Martins, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010)

domingo, 12 de setembro de 2010

Domingo


Depois de algumas semanas me exercitando, com fervor, na atividade do desapego, agora com quatro quilos a menos, algumas ilusões a menos e alguns parafusos também - já não era sem tempo! -, recebi esse lindo convite da minha queridíssima amiga eco-chique Milla Scramignon para ingressar na pós-graduação da coisa: é chegada a hora de compartilhar as bolsas, os sapatos, os saberes, a poesia, o tempo que tivermos sobrando em favor de alguém, de um bom projeto de vida.

Fácil não é, mas faz diferença. Acreditem. E quem lhes diz isso é a mais feliz cliente da Estante Virtual, após a aquisição de obras há muito queridas - e, por razões não tão misteriosas, muito adiadas - de Jensen, Ibsen e Jakobson, dois vestidos de numeração menor e uma meia preta nova, fio 60. Da Loba.           

Domingo


Depois de algumas semanas me exercitando, com fervor, na atividade do desapego, agora com quatro quilos a menos, algumas ilusões a menos e alguns parafusos também - já não era sem tempo! -, recebi esse lindo convite da minha queridíssima amiga eco-chique Milla Scramignon para ingressar na pós-graduação da coisa: é chegada a hora de compartilhar as bolsas, os sapatos, os saberes, a poesia, o tempo que tivermos sobrando em favor de alguém, de um bom projeto de vida.

Fácil não é, mas faz diferença. Acreditem. E quem lhes diz isso é a mais feliz cliente da Estante Virtual, após a aquisição de obras há muito queridas - e, por razões não tão misteriosas, muito adiadas - de Jensen, Ibsen e Jakobson, dois vestidos de numeração menor e uma meia preta nova, fio 60. Da Loba.           

sábado, 11 de setembro de 2010

Sábado

("Milla e Bela abraçam essa idéia" por Milla Scramignon, neste sábado invernal, Rio de Janeiro) 

De leve...

Sábado

("Milla e Bela abraçam essa idéia" por Milla Scramignon, neste sábado invernal, Rio de Janeiro) 

De leve...