quinta-feira, 2 de julho de 2009

Soluções

(Fotografia de Art Shay, "Fallen Woman" in Stephen Daiten Gallery, EUA, 1949)

Diálogo travado nos arredores de Isabelolândia:

- A distinção entre o auto-erotismo e o narcisismo para mim ainda é nebulosa. Se o ego é fundado no momento estrutural do narcisismo, como podemos falar em “auto-erotismo” em uma fase anterior ao surgimento do eu?

- Acho que o “auto” aí se refere à atividade de cada parte do corpo conectada às suas próprias satisfações. Uma satisfação das pulsões sexuais de forma não organizada, anárquica, se encerrando em si mesmas, entende?!

- Sim, sim. Então, quando Freud fala em pulsões libidinais patológicas...

Alguém interrompe:
- Pulsões libidinais patológicas???

- Não, não! Eu quis dizer narcisismo patológico!

O silêncio irrompe a sala.
.
E do silêncio vem o grito:
- Ah, não liga, não... Tesão é um negócio “super-patológico” mesmo...

- Ato falho... - diz ele rindo.

- O teu é. O meu não - diz ela - Saco. Maldito sintoma...
.
Voltemos ao texto.

Nenhum comentário: