domingo, 2 de agosto de 2009

Andanças


(Poesia capturada por esta blogueira na cidade de Teresópolis, hoje à tarde)
Caro Senhor,
Eu havia subido a serra especialmente para ouvir Lenine cantar Sonhei, Paciência, Solidão, naquele festival de inverno, mas logo que cheguei à cidade descobri que os ingressos estavam esgotados.
Descobri que para mim não haveria mais cantoria, não haveria mais acordes de guitarra, nem festa, mas me dei conta de que estava em viagem. Havia escolhas a fazer.
E fiz. Há muito tempo. Não lembro quando. Acho que foi antes de entrar no carro. Antes de pegar a estrada. Antes de subir a serra.
Foi pela beleza da vista, pelo vento na cara, o cheiro de mato, a graça das an-danças, a risada depois do "cacete!" que segue cada tropeço, o calorzinho do sol tímido nas bochechas geladas, a lingua roxa de Carbenet Sauvignon. Escolhi viver e fui ao teu encontro.
Foi de repente. Num instante. Você surgiu naquela praça e nos falou de amor. Do amor mais precioso, mais raro e inspirador de todos: o amor pela vida.
Ignorando toda a maldade, contrariando toda a ignorância, tuas saudades se transformaram em movimento bem diante dos meus olhos. Teus lamentos em cadência. Tuas dores em ritmo. Tua dança solitária e benfazeja verteu em poesia para a vida.
A felicidade estava ali, naquele instante. Era tua. Era a minha.

4 comentários:

Patrícia disse...

ahhhhhh... eu tb fui ver Lenine e não consegui!!! rs
não sabia que vc estava por lá...
bjksssss

Isabela Dantas disse...

Ah, que desencontro!
Quando vier ao Rio me avisa!
Beijão, querida.

Anônimo disse...

Lindas Palavras. Poesia pura.

bj

Anônimo

Isabela Dantas disse...

Obrigada...