sábado, 27 de setembro de 2008

Felicidade

(Henri Cartier-Bresson/Magnum, 1952, Rua Mouffetard, Paris)

Sabe aquele tipo de pessoa otimista por natureza, positiva por definição? Pois é. Sou eu. Às vezes taxada de boba, ingênua, sonhadora, maluca - os termos variam de acordo com o crítico da hora -, não importa, a cada dia que passa, na contramão de muitas conveniências e expectativas, percebo que venho me interessando mais e mais pela "tal" felicidade e tudo o que lhe diz respeito. Não a sua busca, mas a própria felicidade tem se tornado absoluta prioridade em minha vida, eixo de todas as minhas atividades, norte das minhas escolhas.

No ano passado, fui ao Centro Cultural do Banco do Brasil conferir o trabalho de alguns anjos incansáveis - para outros apenas fotógrafos -, que se propuseram a capturar um instante de felicidade em uma imagem. O resultado não poderia ter sido mais... feliz.

(Martine Frank/Magnun, 1996, Tulku Kentrol Lodro Rabsel com seu tutor Lhagyel, no Mosteiro de Shechen, Nepal)

Com o título “Instantâneos da Felicidade”, a mostra que reúne 50 fotografias de momentos felizes - que integram a coleção da Maison Européenne de la Photographie (MEP), de Paris - saiu do CCBB, no de Janeiro, e partiu direto, sem escalas, para o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, onde ficou até janeiro deste ano.

(Édouard Boubat/Rapho, 1989, Cerejeira Japonesa)

Para onde ela foi depois de ter feito de Curitiba um lugar mais feliz de se viver, eu não sei - vale a busca -, mas ainda sobre o tema, andei lendo recentemente algumas matérias sobre o que os entendidos do assunto chamam de "Psicologia Positiva" - que seria um novo ramo da psicologia que se propõe a investigar variantes, possibilidades e mecanismos para as pessoas se tornarem mais felizes - e fiquei surpresa com o que vi.

Jean-philippe Charbonnier/Eyedea, 1979, O Segredo, Eglantine e Laurence, Paris)

Segundo os especialistas, sentimentos de prazer e desprazer são relativamente independentes - o que significa dizer que a ausência de sofrimento, de problemas, não garante uma vida feliz a ninguém! -, a felicidade não é para todo mundo - mas apenas para aqueles dispostos a trabalhar por ela -, e o trabalho para o aumento da felicidade tem suas limitações.

Pesquisas nessa área indicam que os "determinantes" da felicidade podem ser definidos em: fatores genéticos (50%), circunstâncias (10%) e atividade intencional (40%), que seria a nossa "margem de manobra", representada pelas escolhas que fazemos em nossas vidas e pela forma como pensamos.

[A idéia é que ainda que você seja geneticamente inviável e circunstancialmente fodido, ainda teria 40% de chances de ser feliz na vida. Resumindo, é isso.]

A intenção é até boa, mas considerando que não gosto nada de matemática, muito menos de definições cartesianas para valores tão subjetivos como esse, fica aqui o meu protesto quanto aos tais 40% de boa-vontade do sujeito, até que me apresentem uma planilha de cálculo informando, por exemplo, quantos Kwh de energia eu preciso produzir com o meu "trabalho" para atingir essa meta que me cabe... pensou a mesma coisa que eu (vide o post "Fuck the Pig")?!!

(Henri Cartier-Bresson/Magnum, 1969, Boulevard Diderot, Paris)

Eu escolho acreditar no ser humano. Pronto. Está decidido. Eu acredito no seu desejo. Na sua fé.

E entre os números e as imagens, fico com o cachorrinho aqui de cima: há que se ter olhos para ver, porque a felicidade está por toda parte...

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