terça-feira, 6 de julho de 2010

Brilh-a

(Fotografia de José Diniz na exposição "Do Real e Imaginário", em cartaz no Parque Lage, Rio de Janeiro, até o dia 15.ago.10) 

"A raiz de agalma não é fácil. Os autores a proximam de agavos, deste termo ambíguo que é agamai, eu admiro, mas também eu invejo, tenho ciúmes de, que vai dar agazo, suportar com dificuldade, que vai em direção a agaiomai, que quer dizer estar indignado. Os autores que estão com carência de raízes, quero dizer, de raízes que tragam com elas um sentido, o que é absolutamente contrário ao princípio da lingüistica, destacam daí gal ou gel, o gel de gelao, o gal que é o mesmo que em glene, a pupila, e em galenen, que outro dia lhes citei de passagem, o mar que brilha por estar perfeitamente liso. Em suma, uma idéia de brilho está escondida ali na raiz". 

(Jacques Lacan, "O Seminário, livro 8: a transferência". Rio de Janeiro: Jorge Zahar ed., 1991, p. 145)

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