sábado, 22 de maio de 2010

Revolução

(Lou Andreas-Salomé, Russia, 1900)

"Sonhos infantis e fantasias se integram à realidade. Um ser de carne e osso tomou o lugar deles: não se pôs ao seu lado, mas sim os uniu, encarnando em si toda a realidade. A revolução que ele provocou em mim só pode ser traduzida pelas palavras 'um ser humano'. Foi a coisa mais surpreendente e inacreditável, e ao mesmo tempo, mais familiar - o que eu sempre esperara.

Gillot preencheu o espaço que Deus havia deixado, ele era de uma só vez a encarnação e a representação, o presente que a bondosa fé aguardava e imediatamente reconhecia. Como Nietzsche e em especial Freud viriam a ser, ele foi o professor que afastou seus fantasmas e lhe mostrou a direção da verdade". 

(Lou Andreas-Salomé in Lebensrückblick, p.32, trecho citado em "As Mulheres de Freud", Lisa Appignanesi e John Foorester, tradução de Nana Vaz de Castro e Sofia Maria de Sousa Silva. Rio de Janeiro: Record, 2010, p. 375)

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