sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Relançando o tal Desejo

(Sabine em uma cena do documentário "O nome dela é Sabine" -"Elle s’appele Sabine" - de Sandrine Bonnaire, França, 2007)
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Então, vamos lá.
O desejo é agora novo.
O objeto é o mesmo - que bom -, mas o desejo é novo.
E eu que queria saber se essas coisas eram possíveis mesmo ou se era conversa de Lacan...
Veja só.
Como diria a Calcanhotto, "Flores"! Muitas flores para Lacan!
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E por falar em flores, me lembrei de uns "exilados" que andam por aí.
Exilados queixosos.
Exilados fujões.
Exilados brigões, cansados, sofridos, andarilhos queridos, chorões, tateantes, falantes, faltantes inconformados, adoráveis ouvintes desta rádio-blá-de-bolha-de-sabão.
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Pois BEM, meu bem.
Surge, então, a questão: Que exílio é esse de que se trata?
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De exílio eu não entendo muito bem, não - como quase tudo nessa vida - mas devo confessar que desejo muito entender...
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Exílio me leva àqueles que estão longe de casa, banidos, refugiados em algum lugar distante, desterrados, desgraçadamente afastados de nós, ausentes.
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E tua voz, presente, me conduz.
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E teu exílio me leva ao belíssimo documentário que assistirei neste final de semana chamado "O nome dela é Sabine", que nos conta a história de uma mulher que filma a sua irmã mais nova ao longo da vida e, com uma coragem admirável, nos revela a sua imensa dor. Ela nos conta que o seu mundo, na verdade, era ela.
Longe dali.
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(O Globo online, crítica de Andre Miranda, publicada em 10.ago.09)
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"Minha irmã, meu mundo
‘O nome dela é Sabine’. Com a câmera na mão, a diretora filma sua irmã mais nova, em imagens que serão montadas em alternância com cenas de arquivo. Nada demais se uma não fosse Sandrine Bonnaire, uma das mais talentosas atrizes francesas, e se a outra não tivesse autismo. O documentário “Elle s’appelle Sabine” (no original) desperta um interesse inicial por conta da fama de sua diretora e pela vontade dela em expor seu drama familiar.
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Só que isso é apenas o ponto de partida. Com a narração de Sandrine, vai se entendendo como o estado de Sabine foi piorando, muito por equívocos externos (dos parentes, inclusive). A diretora parece carregar uma espécie de culpa, ao mesmo tempo em que tenta transformar em imagem o fardo de seguir ao lado da irmã quando o autismo se agrava. Em paralelo ao distúrbio de uma está o sentimento da outra. “O nome dela é Sabine e o meu é Sandrine” seria um título apropriado.
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Mas não se deve imaginar que o tom pessoal faça do filme uma obra egocêntrica. A relação sincera — nunca piedosa — das irmãs Bonnaire consegue imprimir um caráter instrutivo ao documentário. As gravações antigas mostram como Sabine era bonita e tinha vida social, apesar das implicações de um distúrbio que a família demorou a compreender (...)".

Um comentário:

Anônimo disse...

Cadê os seus comentários? prefiro.

bj

Anônimo