"A primeira vez, ele acendeu uma vela numa igrejinha italiana. Foi surpreendido pela beleza da chama e o gesto pareceu menos idiota. Por que então se privar do prazer de criar uma luz? E ele recomeçou, acrescentando a esse delicado gesto (inclinar a vela sobre a vela já acesa, esfregar docemente as mechas, ter prazer em ver o fogo pegar, encher os olhos dessa luz íntima e forte) promessas cada vez mais vagas, que abrangiam - por medo de escolher -'tudo que não vai bem no mundo'".
(Roland Barthes em "Fragmentos de um Discurso Amoroso", 13ª ed., Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1994, p. 146)
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