quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Por pouco não foram sinais de fumaça...

E-mails? Jornais? Blogs? Esquece.
Você ficará sem conexão de internet por dois dias em Foz do Iguaçu.
Estará só.
Completamente só.
E gostará disso.
Será uma viagem como tantas outras, mas com uma diferença fundamental: você.
Talvez não se dê conta de como tem exercitado sua solidão ultimamente.
Talvez tenha a exata noção e, por isso mesmo, vá gostar tanto.
Para trás, nenhum coração aflito.
Ninguém à espera de uma palavra, um conforto.
Ninguém.
O que passou já não existe.
O que virá ainda não sei.
Aqui, só você.
Você, Freud e o Sapo.
A saudade de casa já não será desamparo.
A saudade do outro já não será dependência.
O seu retorno será o primeiro de muitos outros.
E a isso dará o nome de felicidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querida Isabela, mas essa tal é como aquela gota de orvalho ou é mais parecida com as bolhas de sabão? Ela brilha tranquila e oscila ou será como a pluma ao vento sem parar? Como ela é? É como esta noite, que passa e passa e não chega a madrugada ou haverá o não sei quê, nem como, nem porque? Ou será que ela é um pouco como seu blog, delicado, atrevido, encantado, maravilhoso? Um grande beijo, Ferrari.

Isabela Dantas disse...

(Escrito no vôo JJ 3186 da TAM - Foz/Rio)

Querido Ferrari,

Hoje pela manhã tentei imprimir o e-ticket que haviam enviado para o meu e-mail, mas não consegui.
Li o seu comentário, mas não havia tempo para respondê-lo. O guardei na memória e no coração, como geralmente faço.
Embarquei e durante mais ou menos uma hora tentei continuar a minha leitura, mas também não consegui.
É que não havia espaço para as idéias que chegavam, enquanto várias outras se atropelavam agitadas aqui dentro querendo sair.
Não insisti. Peguei papel e lápis – experimentei um lápis depois de muitos anos nesta viagem e adorei – e cá estou.

A minha felicidade é assim. Meio atrapalhada. Meio de repente. Meio sem jeito.
Não sei se tem a beleza incontestável da bolha de sabão, tão maravilhosa e tão efêmera...
Não sei se tem a leveza de uma pluma ao vento, tão encantadora e tão difícil de alcançar...
Acho que a minha “tal” está mais para a folha que aconchega aquela gota de orvalho do que para a própria... Ela também está ali, mas nem todos conseguem enxergar...
A minha “tal” é assim. Está sempre por trás daquilo que parece realmente importar.
É magnífica na sua singeleza... perfeita na sua imperfeição... retumbante no seu silêncio... cabe aqui e agora.
É como um suspiro. Este.

Obrigada pelo seu carinho.
Um grande beijo, Isabela.