terça-feira, 28 de junho de 2011

Para Ferrari, com amor


Foi com tristeza e alegria que recebi a notícia de que as publicações diárias no blog do querido, do indispensável, do lidíssimo Leonardo Ferrari, psicanalista gaúcho - que só descobri curitibano hoje, na releitura -, foram interrompidas por causa do projeto de um livro. Imediatamente me lembrei do primeiro artigo que li em seu blog, em 2008, que foi uma das coisas mais lindas que já vi em toda a minha vida. Era uma carta de despedida. Com amor. Naquele momento eu me despedia de alguns lugares, de muitas pessoas importantes e, desde então, a cada passo, em cada nova despedida, me lembrava de Nayara... com amor. Agora não podia ser diferente. Por essas e outras, faço aqui uma pequena homenagem a esse grande escritor, desejando-lhe muita inspiração e novos encontros neste belo caminho que começa a trilhar. Attraverserà.
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"Querida Nayara,
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Parabéns. Agora que você parte para Nova Iorque, agora que você deixa a Escola de Dança do Teatro Guaíra para ser professora no American Ballet Theater, agora que você segue o rumo do teu coração, dos teus pés, da tua alma, agora que os nova-iorquinos terão o privilégio de ver aquilo que nós, curitibanos, já chorávamos ao te ver dançar, já ficávamos em estado de êxtase, já perdíamos o caminho de casa após dançar contigo, após seguir cada movimento seu, agora, querida Nayara, eu quero te desejar o avesso dessa fotografia de Irina Dvorovenko. Veja, Nayara, ela dança uma `esplêndida solidão`. Querida Nayara, pois eu te desejo bons encontros neste seu novo caminho. Nada de solidão. Talvez os encontros não sejam esplêndidos, talvez os encontros não sejam máximos, talvez os encontros não sejam um sucesso, mas o que um encontro tem de bom é que ele exige da gente o movimento. Repare, querida Nayara, repare que Irina está parada na fotografia. É esse o esplendor do sintoma que paralisa a gente, que impede o passo, que atrapalha o tropeço. Não, querida Nayara, fuja desse esplendor. Foi aí que Narciso se acabou, foi aí que Narciso se afundou. Aos encontros, querida Nayara, aos encontros. Falhos, feios, bons, regulares, mas encontros. É o que eu te desejo, com todo meu amor".
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("Para Nayara, com Amor" de Leonardo Ferrari, publicado em 24.maio.08, no antigo "Blog do Leonardo Ferrari", em post não mais disponível ao público) 

Para Ferrari, com amor


Foi com tristeza e alegria que recebi a notícia de que as publicações diárias no blog do querido, do indispensável, do lidíssimo Leonardo Ferrari, psicanalista gaúcho - que só descobri curitibano hoje, na releitura -, foram interrompidas por causa do projeto de um livro. Imediatamente me lembrei do primeiro artigo que li em seu blog, em 2008, que foi uma das coisas mais lindas que já vi em toda a minha vida. Era uma carta de despedida. Com amor. Naquele momento eu me despedia de alguns lugares, de muitas pessoas importantes e, desde então, a cada passo, em cada nova despedida, me lembrava de Nayara... com amor. Agora não podia ser diferente. Por essas e outras, faço aqui uma pequena homenagem a esse grande escritor, desejando-lhe muita inspiração e novos encontros neste belo caminho que começa a trilhar. Attraverserà.
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"Querida Nayara,
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Parabéns. Agora que você parte para Nova Iorque, agora que você deixa a Escola de Dança do Teatro Guaíra para ser professora no American Ballet Theater, agora que você segue o rumo do teu coração, dos teus pés, da tua alma, agora que os nova-iorquinos terão o privilégio de ver aquilo que nós, curitibanos, já chorávamos ao te ver dançar, já ficávamos em estado de êxtase, já perdíamos o caminho de casa após dançar contigo, após seguir cada movimento seu, agora, querida Nayara, eu quero te desejar o avesso dessa fotografia de Irina Dvorovenko. Veja, Nayara, ela dança uma `esplêndida solidão`. Querida Nayara, pois eu te desejo bons encontros neste seu novo caminho. Nada de solidão. Talvez os encontros não sejam esplêndidos, talvez os encontros não sejam máximos, talvez os encontros não sejam um sucesso, mas o que um encontro tem de bom é que ele exige da gente o movimento. Repare, querida Nayara, repare que Irina está parada na fotografia. É esse o esplendor do sintoma que paralisa a gente, que impede o passo, que atrapalha o tropeço. Não, querida Nayara, fuja desse esplendor. Foi aí que Narciso se acabou, foi aí que Narciso se afundou. Aos encontros, querida Nayara, aos encontros. Falhos, feios, bons, regulares, mas encontros. É o que eu te desejo, com todo meu amor".
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("Para Nayara, com Amor" de Leonardo Ferrari, publicado em 24.maio.08, no antigo "Blog do Leonardo Ferrari", em post não mais disponível ao público) 

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Passos

Miguel Torga preparando um pas de chat.

Estamos em mu-dança.

Passos

Miguel Torga preparando um pas de chat.

Estamos em mu-dança.

domingo, 12 de junho de 2011

Sobre o ar e o amar

Pilar del Río no documentário "José & Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, Brasil/Portugal/Espanha, 2010.
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No dia 18 de março de 2011, nove meses depois que ele deixou de respirar, Pilar del Rio abriu as portas da morada de José Saramago, batizada A Casa, dando a ela, agora, o nome dele, e, contornando o incontornável, deu à luz uma possibilidade de "manter vivo o espírito de José Saramago e seguir respirando por ele"... e para ele, eu diria.

Gra-vida.
Gradiva.

Ela não deixa ele morrer.
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(Matéria "Aberta ao público casa de José Saramago" publicada no Estadão online em 20.mar.11)

Sobre o ar e o amar

Pilar del Río no documentário "José & Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes, Brasil/Portugal/Espanha, 2010.
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No dia 18 de março de 2011, nove meses depois que ele deixou de respirar, Pilar del Rio abriu as portas da morada de José Saramago, batizada A Casa, dando a ela, agora, o nome dele, e, contornando o incontornável, deu à luz uma possibilidade de "manter vivo o espírito de José Saramago e seguir respirando por ele"... e para ele, eu diria.

Gra-vida.
Gradiva.

Ela não deixa ele morrer.
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(Matéria "Aberta ao público casa de José Saramago" publicada no Estadão online em 20.mar.11)

domingo, 5 de junho de 2011

A lança

"Sweet on the Lips", ou o que restou dele, por Krisp Breedl, Alemanha, 2010.
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Atravessado o dragão, fogo adentro, descobriu a lança.
Aliança.

A lança

"Sweet on the Lips", ou o que restou dele, por Krisp Breedl, Alemanha, 2010.
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Atravessado o dragão, fogo adentro, descobriu a lança.
Aliança.